O ‘figurino’ de um clube que aplica goleada por 3 a 0, como foi o caso da Ponte Preta sobre o Amazonas, na noite desta segunda-feira, em Campinas, teoricamente recomendaria rasgar elogios aos jogadores e treinador, correto?
Nem sempre.
Independentemente da fragilidade técnica do adversário, o primeiro tempo da Ponte Preta foi de plena aprovação, pois aquela vantagem por 2 a 0 refletiu a possibilidade de placar mais elástico.
Ora, se a equipe do Amazonas é fraca, então por que a Ponte Preta não tirou proveito disso e marcou outros tantos gols?
Como diz o ‘esquartejador’, vamos por etapa.
De extremamente positivo nesta vitória, destaques individuais como os atacantes Gabriel Novaes e Matheus Régis, atuação irretocável do zagueiro Luis Haquín, forte pegada dos volantes Émerson Santos e Dudu Vieira antes de se cansarem, e reaparecimento com lucidez do garoto Jean Carlos, que entrou em parte do segundo tempo, com liberdade para atacar pelo lado esquerdo.
DEFICIÊNCIAS
Durante o primeiro tempo, a Ponte Preta teve o mérito de aproveitar as deficiências do sistema de marcação do Amazonas, principalmente pelo lado esquerdo de sua defensiva, impôs volume de jogo ofensivo, estabeleceu a vantagem por 2 a 0, assim como ela poderia ter sido ampliada.
Além de marcar os dois gols, o centroavante Gabriel Novaes empurrou a bola mais uma vez às redes, aos 28 minutos, ao receber preciso passe de Matheus Régis, nas costas da defesa adversária, mas, por recomendação do VAR, o gol foi anulado, pois no início da jogada, no campo defensivo pontepretano, o zagueiro Sérgio Raphael havia cometido falta desnecessária sobre Sassá.
Outro lance contundente foi quando Matheus Régis, com liberdade para trabalhar pela meia esquerda, ainda fora da área, arriscou chute e a bola chocou-se no travessão.
Além disso, o meia Élvis, já dentro da área, sem marcação, finalizou para fora.
GABRIEL NOVAES
Aos 17 minutos, Gabriel Novaes dominou pelo lado esquerdo, fez a diagonal e acertou chute preciso, rasteiro, no canto esquerdo do goleiro Edson Mordden e abriu o placar para a Ponte Preta.
Aos 34 minutos, desta vez ele arriscou chute de fora da área e ampliou a vantagem.
QUEDA DE RENDIMENTO
Evidente que o treinador Adilson Batista mexeria na equipe do Amazonas, ao constatar falhas de marcação e lentidão nas raras aparições ao ataque antes do intervalo.
Por isso, tratou de fazer trocas de três jogadores para o segundo tempo, um deles com a entrada do meia Diego Torres.
Foi quando o time amazonense passou a ter mais posse de bola, sem que isso resultasse em criar embaraço à defensiva pontepretana.
A queda de rendimento dos mandantes deveria ser bem observada pelo seu treinador João Brigatti.
Primeiro: já não houve repetição da pegada com intensidade dos volantes Émerson Santos e Dudu Vieira, com demora para substituições.
Segundo: como o previsto, o gás do meia Élvis desapareceu, exceto em raros lances de lucides, coisa que sabe fazer, como na enfiada de bola para que Dodô ampliasse a vantagem pontepretana para 3 a 0, aos 49 minutos do segundo tempo.
Terceiro: embora tivesse feito o gol, com falha do goleiro Edson Mordden, Dodô teve atuação apagada, ao substituir Iago Dias ainda no intervalo.
Quarto: pela intensidade colocada em prática por Matheus Régis e Gabriel Novaes, durante o primeiro tempo, ambos sentiram desgaste físico, com consequente queda de rendimento na sequência da partida.
ATENÇÃO
Como esta Série B do Campeonato Brasileiro é competitiva, e nem sempre a Ponte Preta vai enfrentar adversário similar ao Amazonas, a prudência indica que o treinador João Brigatti não se iluda com a elasticidade do placar.
O que se espera é que observe as devidas correções na sequência, assim como buscar alternativa adequada à lateral-direita, pois a participação de Igor Inocêncio, na posição, em nada acrescentou à equipe.