Filho de peixe peixinho é? Nem sempre. Apesar do saudoso ‘rei’ Pelé ter incentivado o filho Edinho a seguir os caminhos dourados da bola, o herdeiro não aprendeu a lição de casa e só arrumou lugar na bola como goleiro, e daqueles que torcedores de seu clube rezavam para o adversário não chutar a gol.
Edinho só resistiu no futebol por cerca de sete a oito anos, pela persistência e dedicação ao trabalho.
O Santos abriu-lhe as portas e até foi titular da meta do clube, onde passou o melhor momento na carreira.
PONTE PRETA
Depois jogou na Portuguesa Santista, São Caetano e a Ponte Preta abriu-lhe as portas em 1998, para que provasse ser do ramo.
E a reprovação veio da torcida, que esfregava as mãos e torcia o nariz quando via bolas defensáveis entrarem no gol de seu clube.
Ainda em 1999, aos 28 anos, e vinculado ao Santos, Edinho chegou a sábia conclusão que não prosperaria na carreira e foi administrar empresas da família, mas por pouco tempo, pois o envolvimento com pessoas do tráfico de drogas o levou à prisão.
A volta ao futebol deu-se como treinador do Água Santa, Mogi Mirim e coordenador das categorias de base do Santos.
MESMA VOZ
Difícil notar diferença nas vozes de pai e filho, mas Edinho provou ser mais desembaraçado para se expressar. Enquanto Pelé não se dinvinculava do trissílabo ‘entende’, Edson Cholds Nascimento discursava com palavras bem encaixadas e recurso a vocábulos.
E quem pensa que Edinho foi um adolescente ‘pidão’, que fazia extravagância com a grana do ‘velho’, se engana, diz ele: “Desde os 16 anos de idade me auto-sustento”, respondeu.
Edinho foi um contraste de luxo e simplicidade. Nos tempos de Ponte Preta encostava no pátio do Estádio Moisés Lucarelli seu automóvel Jeep importado, mas logo em seguida já podia ser visto de chinelo havaianas, camiseta de treino para fora do calção e carregando cones para o bagageiro do ônibus, que conduzia os atletas para treinos em campos na região de Campinas.
No litoral paulista participa de peladas com amigos e mata a vontade de jogar no ataque, como fazia nos rachões, nos tempos de atleta profissional.
Ah se muitos jogadores de futebol tivessem a autocrítica de Edinho e mudassem de ramo! Com certeza, o futebol brasileiro seria mais vistoso.