JAN Ao Guarani, só resta ganhar o dérbi ou morrer na praia
Adianta um time até encurralar o adversário em seu campo de defesa, se na prática cria apenas uma clara oportunidade de gol? Foi exatamente aquilo que aconteceu com o Guarani durante dois terços da partida disputada contra o América Mineiro, quando foi derrotado por 1 a 0, na noite deste sábado em Campinas. E a chance de pontuar passa pela testada do atacante Matheus Souza aos 25 minutos do primeiro tempo, com bola pra fora. Afora isso, o time bugrino usou bastante os lados do campo e alçou bola de forma contínua, ora interceptada pelo bem montado esquema de marcação do América, ora o goleiro Matheus Cavichioli saía da meta pra praticar a defesa. Assim o Guarani desperdiçou a chance de somar ponto(s) diante de um adversário qualificado, porém nitidamente desgastado fisicamente, devido ao competitivo jogo diante do Palmeiras, 72 horas, antes, pela semifinal da Copa do Brasil. Atacante Ademir, referência da equipe americana, não conseguiu repetir jogadas de velocidade. MARCAÇÃO ALTA Como o Guarani colocou em prática marcação alta para impedir o toque de bola do América, a partir do campo de defesa, jogadores adversários optaram por alongá-la, com propósito de chegar rapidamente ao ataque. Todavia, o América errou demais nesses passes, e com isso permitiu que o Guarani recomeçasse as jogadas. Assim, fica claro que embora o time bugrino seja bem treinado, valoriza a posse de bola de forma progressiva, quando a jogada se aproxima da área adversária o futebol cobra qualidade individual do atleta, para discernir a melhor alternativa de acabamento. Aí independe da capacidade de organização do treinador, principalmente quando o adversário sabe se posicionar. Portanto, não é o caso de contestar a atuação do time bugrino, exceto desconexão entre o lateral Cristóvam e zagueiro Wálber. FELIPE AUGUSTO Não fosse erro de pontaria do atacante Felipe Augusto, do América, a vantagem seria ampliada duas vezes, com o jogador chutando a bola em cima do goleiro bugrino Gabriel Mesquita, em ambas ocasiões cara a cara. Assim, das oportunidades criadas pelo América, registro efetivo no lance do gol, em desdobramento de cobrança de escanteio, com Alê desviando de cabeça no primeiro pau, para Rodolfo, no segundo, completar, aos 13 minutos do primeiro tempo. DÉRBI Por mais que o treinador bugrino Felipe Conceição opte por desmentido, ele também já estava com a cabeça no dérbi neste sábado, prova está que que a partir dos 11 minutos do segundo tempo começou a sacar os três jogadores pendurados: Murilo Rangel, Bruno Silva e Bidu, sem que os substitutos modificassem o rendimento da equipe. Ao patinar nos 47 pontos, Conceição e bugrinos em geral sabem que qualquer outro resultado que não seja o de vitória no dérbi campineiro, da próxima terça-feira, será praticamente o adeus às pretensões de acesso nesta Série B do Campeonato Brasileiro.
DEC Mais um ano na Série B para a Ponte Preta
É bíblico, e está escrito em Oseias 8, 7: 'se semearem ventos colherão tempestades; não terão sequer uma espiga, e o grão não dará farinha'. Essa metáfora aplicável em ensinamento cristão pode ser estendida em quaisquer das atividades, e insere-se aí a Ponte Preta, pois queimaram dinheiro em contratações equivocadas e demoraram para tomadas de decisões. O acaso nas duas últimas rodadas que antecederam ao jogo diante do Juventude serviu para que fossem recolocadas esperanças de acesso ao torcedor pontepretano, até porque tropeços de concorrentes haviam contribuído para isso. ![]() Rogério: gol de bicicleta Aí, na tarde/noite desta quarta-feira, diante de um decadente Juventude, quando se esperava que mantivesse a expectativa de seu torcedor, mostrou que ventos semeados provocam colheita da tempestade, com a derrota de virada por 2 a 1 em Caxias do Sul (RS). YGOR VINHAS Como projetar ingresso no G4 com um goleiro que, ao ser verdadeiramente testado, não inspira confiança? Pois aquela impressão inicial que se tinha de Ygor Vinha começa a se modificar. Se já havia falhado em outras partidas, teve culpa nos dois gols do Juventude. No primeiro, a bicicleta do atacante Rogério foi de fora da área e sem força na bola, de forma que seria possível praticar a defesa. Falhou, com a bola entrando em seu canto esquerdo. FALHOU DUAS VEZES Acrescente neste gol do time gaúcho a péssima colocação do quarto-zagueiro Wellington Carvalho, que teria que se posicionar no segundo pau para acompanhar Grambola, mas sequer saiu na foto, na jogada. Então, quem quer subir jamais poderia ter contratado zagueiros que seguidamente falham. E sem exceção. Prova está que isso vai implicar em reformulação geral no miolo de zaga para 2021. Afora isso, o Juventude só ameaçou a Ponte em chute sem ângulo de Getúlio, que Vinhas, mal colocado, salvou em cima da risca durante o primeiro tempo. DOMÍNIO NO 1º TEMPO A estratégia da Ponte de colocar em prática marcação alta durante o primeiro tempo asfixiou o Juventude, que mostrou pobreza para saída de bola e a presenteava seguidamente. Entretanto, isso de nada adiantava. Novamente os principais jogadores do time pontepretano mantiveram rendimento aquém das possibilidades, casos de Camilo e Bruno Rodrigues. Soma-se a isso a postura equivocada do treinador Fábio Moreno ao escalar o meia Luan Dias, o que seria indício de que não haveria jogada de fundo de campo. Sem um atacante de velocidade pelo lado direito e sem o lateral Adopi, vetado, cruzamentos dali não sairiam, até porque o lateral substituto, Léo Pereira, não passa do meio de campo. E do lado esquerdo Bruno Rodrigues só faz a diagonal e Lazaroni não é jogador de fundo. Logo, nesta linha de raciocínio não se justificava a escalação do centroavante Matheus Peixoto, cujo rendimento prático se limita ao ser explorado para cabeceio de bola de fundo de campo. Sabe quantas vezes isso ocorreu com o time pontepretano? Nenhuma. Aí saca-se o jogador, coloca-se o reserva Orobó e igualmente não acontece nada. Assim, embora tivesse maior volume de jogo durante o primeiro tempo, a Ponte não ameaçou uma vez sequer a meta adversária. BARRETO E não se pode dizer dizer que a Ponte chegou ao gol em jogada construída. Camilo cobrou escanteio, a bola se ofereceu a Bruno Rodrigues que finalizou, tocou em adversário e sobrou para Barreto completar aos cinco minutos. Adiantou? Um minuto depois a Ponte cedeu empate, e a previsível entrada de Guilherme Pato no lugar de Luan Dias não serviu para revigorar o ataque, visto que o time não repetiu aquele volume de jogo do primeiro tempo. MATEMÁTICA Agora, cinco pontos distante do Cuiabá, que fecha o G4, a Ponte se apega apenas à matemática em busca de êxito, mas teoricamente nem o seu próprio torcedor acredita mais. Se é que algo pode servir de consolo ao pontepretano, isso se restringe a evitar derrota no dérbi campineiro, programado para a próxima terça-feira, no Estádio Brinco de Ouro. A rigor, com a cabeça no dérbi, o treinador Moreno resolveu poupar o volante Barreto na metade do segundo tempo, pois ele estava pendurado, e assim pode ser evitada a suspensão automática. Bruno Reis entrou no lugar dele.
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